quarta-feira, 8 de junho de 2016

Estudante empreende empresa de lixo orgânico na região.

O jovem mineiro de Belo Horizonte e estudante de Engenharia Ambiental da UFRJ, Lucas Chiabi, de 24 anos, transformou, quem diria, seu diferente sonho de criança, em realidade na Zona Sul do Rio de Janeiro. Filho de um engenheiro civil da Vale e de uma psicóloga, Lucas sonhava em ser gari. Antes de chegar ao Rio, ainda criança, viveu em diversas cidades do país, passando por Carajás, no Pará, onde as suas maiores diversões na infância eram fazer pequenas construções de madeira, plantar mudas e encontrar “tesouros no lixo”.


Dessa última brincadeira veio a vocação para a criação da Ciclo Orgânico, empresa de coleta lixo em residências mediante o pagamento de mensalidade. O empreendimento atende atualmente residências em oito bairros: Leblon, Ipanema, Copacabana, Leme, Botafogo, Humaitá, Jardim Botânico e Gávea. O público-alvo da empresa são pessoas com consciência ecológica e preocupadas com sustentabilidade. Um segmento, infelizmente ainda reduzido, que se preocupa com o destino do seu lixo e o impacto deste no meio ambiente. Esse público, além da separação de materiais recicláveis, olha também para o outro tipo de lixo que produz: o orgânico. A Ciclo Orgânico atua neste campo específico, recolhendo e dando destino aos resíduos orgânicos, ou seja, o material de origem vegetal ou animal (como cascas de frutas, de legumes e restos de comida) produzidos pelas pessoas.


O processo é simples: após pagar uma matrícula, cada cliente recebe um baldinho, com capacidade de 10 litros, com um saco plástico biodegradável para depositar o resíduo orgânico – como fazemos normalmente com sacola de supermercado. Um dos funcionários pesa e recolhe este resíduo, semanalmente, e o transporta de bicicleta para um ponto onde é feita a compostagem. A compostagem consiste em misturar o resíduo orgânico à terra e ao resíduo mais antigo, alternando descanso e manejo, até que o material naturalmente se transforme em um adubo natural riquíssimo em nutrientes, também chamado de composto. Para manter esse serviço mensalmente, cada cliente paga uma mensalidade .

Atualmente, o processo acontece no Parque do Martelo, no Humaitá, Zona Sul do Rio de Janeiro. Lucas usa o local e, em contrapartida, metade do adubo fica para a associação de moradores que faz a gestão do espaço. No fim do mês, o cliente da Ciclo Orgânico, além de ter a consciência de que seu lixo vai para um lugar adequado, ainda tem direito a recompensas: ele pode escolher receber uma muda ou o adubo de volta. Se não quiser, pode optar pela doação, e a Ciclo Orgânico destina o material para pequenos produtores e para o reflorestamento do Parque do Martelo. 


A Ciclo Orgânico tem enfrentado diversos desafios, como qualquer nova empresa de pequeno porte. Parte deles, consequências do sucesso: as oito composteiras estão ficando sobrecarregadas. Cada uma suporta 200 kg de resíduos, que são preenchidos em uma semana. É preciso remanejar os compostos, quando diminuem de volume, para que se abra espaço para novas cargas de resíduos. Lucas estuda a ampliação de composteiras no próprio parque e talvez em outros pontos da cidade, como em Botafogo, Tijuca, e Barra da Tijuca, a fim de ampliar a cobertura e ser capaz de atender também restaurantes. Para isso, pretende contratar mais funcionários para dar conta da demanda. A empresa está em busca de financiamento para expandir seus serviços e colaborar ainda mais com a qualidade de vida da população.   

Esse é o tipo de iniciativa que precisamos incentivar! Quem tiver mais interesse, contatos pelo email contato@cicloorganico.com.br. 

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