terça-feira, 24 de maio de 2016

O que nos evidencia o novo índice de desenvolvimento socioambiental da região?

O novo índice de desenvolvimento socioambiental da cidade, desenvolvido pelo Instituto Pereira Passos (IPP) e divulgado semana passada, surpreendeu muita gente por posicionar a Região Administrativa de Botafogo na liderança do ranking, batendo regiões tidas como mais ricas, como as RA’s da Lagoa (área da cidade de maior Índice de Desenvolvimento Humano) e Copacabana.


A RA de Botafogo, que inclui também os bairros do Catete, Cosme Velho, Flamengo, Glória, Humaitá, Laranjeiras e Urca, obteve o índice de IPS 86,90. Enquanto a RA da Lagoa, que abrande também os bairros de Gávea, Ipanema, Jardim Botânico, Lagoa, Leblon, São Conrado e Vidigal, ficou com IPS de 85,18. Já a RA de Copacabana, que também inclui o Leme e ficou na terceira colocada, obteve índice IPS de 82,49. Ambos estão bem à frente da média da cidade, que ficou em somente 60,70. A RA da Rocinha ficou na 29ª colocação e com índice abaixo da média do Rio, chegando a 44,60.

O índice IPS é abrangente e leva em consideração indicadores como mortalidade infantil, degradação de áreas verdes, mobilidade, entre outros. Porém, por trás desse “surpreendente” resultado, como fatores determinantes da primeira colocação de Botafogo, estão principalmente, indicadores relacionados à mobilidade urbana e favelização. Na RA primeira colocada, o metrô é mais abrangente e o transporte público mais eficaz. Além disso, e fundamentalmente, o processo das ocupações desordenadas afetaram menos a qualidade de vida da população na região. Essa ocupação não planejada pelo estado, em função da dificuldade de acesso à serviços como coleta de lixo e policiamento, acelera a favelização atrelada ao crescimento de fatores de insalubridade e violência, como o baixo acesso à água canalizada e esgoto sanitário, altas taxas de homicídios, incidência de dengue, mortalidade por tuberculose, etc.


Mais uma vez, a sociedade lança luz à permissividade do poder público, quando este não chama para si a responsabilidade de impedir essas ocupações, compactuando com o crescimento das nossas favelas sem a infraestrutura mínima necessária à vida da população.

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Casas de Hospitalidades revelam seus segredos para as Olimpíadas.

Conforme já informado aqui em fevereiro, a Rio2016 terá como atração secundária, as Casas de Hospitalidade que se espalharão pelos bairros da cidade durante os Jogos, com maior concentração na região da Zona Sul. Esses locais, em sua maioria, serão centros de apoio e de divulgação cultural dos países, servindo também como opção para quem não conseguir ingresso e desejar assistir às disputas fora das arenas, mas em locais animados e com clima de Jogos Olímpicos. Das 54 casas planejadas na cidade, quinze informaram que manterão as portas fechadas, ficando voltadas somente aos comitês, patrocinadores, jornalistas, atletas e seus parentes e convidados.


 Entre as Casas que se instalarão na Zona Sul, algumas já revelaram um pouco mais do que pretendem aprontar durante os Jogos. O espaço mais aguardado e badalado é o da Suíça, na Lagoa, apelidado de “Baixo Suiça”. Sucesso de público na Copa do Mundo em 2014, o Baixo Suíça ficará localizado no campo de beisebol da Lagoa, num espaço de 4.100 metros quadrados, com direito a um inusitado rinque de patinação no gelo. Para criar esse rinque, o Governo Suiço contratou a Glice, referência mundial em rampas artificiais e produção de gelo sintético. À noite, o espaço se transformará numa pista de dança, com direito a DJ e bar de gelo. As atividades planejadas também incluem uma pista de corrida com um photochart patrocinado pela Omega, assim como uma cabine giratória de teleférico, um trem tipicamente suíço e até um globo de neve gigante, que proporcionará a sensação de tocar e ver neve, como nos Alpes suíços. A culinária do país também estará representada, com um workshop sobre chocolate e outras especialidades que poderão ser degustadas nos food trucks do local. A área ocupada na Lagoa será recuperada e revitalizada após o término dos Jogos. Depois de reformado, o campo de beisebol será entregue à Prefeitura do Rio e aos cariocas. 

Também na Lagoa, mas com conceito completamente diferente, ficará a “Casa da Holanda”, chamada de Holland Heineken House. Instalada no Clube Monte Líbano, de 11h às 1h, a Casa funcionará cobrando ingresso pela entrada. Na parte da manhã, os visitantes poderão praticar diferentes modalidades de esporte, como natação, basquete, futebol e vôlei de praia. A casa também oferecerá aulas de stand up paddle na Praia de Ipanema e organizará grupos de corrida. À noite, as festas também serão comandadas por DJs.


Portugal também decidiu investir num formato diferenciado mas extremamente alinhado à história portuguesa. O país trará o Navio Escola Sagres, fazendo da atração a sua Casa durante a Rio2016. A embarcação foi construída em estaleiros alemães em 1937, sendo cedido ao Brasil em 1948, ao final da Segunda Guerra Mundial. Em 1961, foi comprado pela Marinha portuguesa para treinar seus futuros oficiais. O Escola Sagres deverá partir de Lisboa entre os dias 22 e 24 de junho,  parando em Recife e Salvador antes de chegar ao Rio. A Prefeitura ainda não definiu onde a ficará atracada a embarcação que poderá receber até 10 mil visitantes por dia.

Já a Dinamarca optou por curtir as benécies da nossa Orla, montando a sua Casa na Praia de Ipanema. O local nos levará por uma viagem pelo país, através de uma exposição, pequenos shows e premiação dos atletas medalhistas. Para a cidade, o país deixará não só as bicicletas (que poderão ser usadas depois dos Jogos no mesmo sistema da Bike Rio), mas também material educativo da Lego, que terá um playground no Posto 10 para a criançada brincar. Ele será usado nos Espaços de Desenvolvimento Infantil (EDIs), da prefeitura.


A Casa Áustria, no palacete do Botafogo, na Rua General Severiano, também será aberta ao público e deverá priorizar o relacionamento entre os austríacos e a cidade. Confira abaixo a relação das Casas e locais já confirmados, e quais serão abertas ao público:

Alemanha (Praia do Leblon, posto 11 - ABERTA)
Dinamarca (Praia de Ipanema, posto 10 - ABERTA)
Suíça (Campo de Beisebol da Lagoa, Lagoa - ABERTA)
Holanda (Clube Monte Líbano, Lagoa - ABERTA)
Áustria (General Severiano - Clube Botafogo, Botafogo - ABERTA)
Estados Unidos (Colégio São Paulo, Arpoador - FECHADA)
Grã-Bretanha (Parque Lage, Jardim Botânico - FECHADA)
França (Sociedade Hípica Brasileira, Lagoa - FECHADA)
China (Jockey Club, Gávea – AINDA NÃO REVELADO )
Rússia (Clube dos Marimbás, Copacabana – AINDA NÃO REVELADO)
Catar (antiga Casa do Estudante, Flamengo – AINDA NÃO REVELADO )
Canadá (AABB, Lagoa – AINDA NÃO REVELADO )